quarta-feira, 1 de julho de 2009

end of a century

hoje é o encerramento do ano lectivo naquele sítio que nós tão bem conhecemos. tempo e dinheiro perdidos, uma mão cheia de nada. dir-me-ão alguns que a culpa é minha e que não me devia queixar. e seria verdade. se eu tivesse como objectivo maximizar um contador. mas não tenho. daí que chegue a ouvir "és um burro, elas vêm e tu não fazes nada, ou manda-las embora" ou "não sei de que é que te queixas, que queres? que te façam um broche no meio da pista?". e até compreendo que me atirem com essas cenas, mas pura e simplesmente, aprendi há muito tempo a distinguir o que vale a pena do que não vale. não mexo uma palha por buracos, nah, enquanto assim for, fico no meu canto. mexo-me por quem goste, por quem valha alguma coisa. e é só. nasci aqui, mas não sou macaco, peço desculpa se vou contra a lei. e parece mesmo que vou, pois passar eu por filho da puta, e macacos que têm escrito na testa "quero um buraco onde por a pila" passarem por "muita fixes"... é, no mínimo, curioso. a minha desistência já foi assinada. tanto que ao longo deste tempo, apenas por uma vez julguei vislumbrar alguém que valia a pena. e não foi mais do que erro meu. a tugolândia é assim. um deserto mais árido que o sahara.

nunca hei-de compreender isto. não por aqui. a rebarbadice, a ranhosice, a falta de noção da realidade, a necessidade de se fazerem as coisas pela calada, para se manter as aparências, bem católicas por sinal, o ímpeto para saltar, trocar, encornar. não percebo. faz algum sentido? mas há algum contrato assinado? custa alguma coisa evitar badalhoquices? custa alguma coisa falar? soar o alarme? não percebo. e não há que tentar mais, há coisas que não são para se perceber, só para aceitar.

quanto a mim, fico no meu canto, e hei-de ficar, até saír daqui. o que aparece não presta, o que presta não aparece, não há nada a fazer. e logo, mesmo num estado semi-electrónico, sei bem que vou dar mais valor ao balcão, a macacadas do sr. victor, a macacadas do meu irmão, ou a conversas com os seguranças, do que a qualquer rapariga que me venha apalpar, ou chatear, ou agarrar-me a gravata (se a levar), ou mexer-me na cabeça, ou dançar pa cima de mim. é esta a minha atitude, a minha desistência. já o que realmente me puchava antes de ir pa katedral, era aquele momento zen em que ficavamos só eu e o meu irmão a aprimorar a electricidade interior e a ouvir música de jeito, pa limpar os ouvidos do lixo que nos tinham forçado a ouvir.

há que se saber desistir, e eu sei faze-lo muito bem. até po ano.

4 comentários:

Vanessa A. Pereira disse...

fazes-me lembrar uma pessoa, que era (e espero que ainda seja) um anjo como tu! desistindo ou não, há coisas que não controlamos e se calhar vais-te surpreender quando não entenderes porque raio é que gostas dela, porque não é loira ou não é alta, ou tem celulite, enfim, não é como idealizaste, mas é com ela que queres estar... beijinho

Daniel disse...

não me hei-de surpreender que eu nunca tratei mal ninguém à base da capa. não me hei-de surpreender porque eu não idealizei nada, não tenho uma ideia na cabeça sobre isso, venha o que vier, o que eu não quero é isto que vejo aqui na tugolândia. não tem a ver com ser loira ou deixar de ser. tem a ver com a falta de bom senso, a falta de inteligência, a falta de noção da realidade... tem a ver com toda uma atitude de merda, provocada em parte também pelos índios que temos a mais neste país, mas que ainda assim chateia à mesma. e a diferença, é que fora daqui, podem as pessoas ser fúteis também, mas não há aquela ranhosice no ar, não há aquele nariz empinado, aquela falta de noção. e sim, na europa, não estou a ver quem tenha menos motivos para andar de nariz empinado do que as portuguesas... muito sinceramente... e no entanto, é por aqui que assim andam. só por uma vez me mexi minimamente por uma portuguesa. e foi a primeira e última vez. o resultado foi dado pela combinação entre uma cegueira monumental e uma falta de noção da realidade brutal. não vale a pena. desistência assinada. o mundo é grande, não soubesse eu já como são as coisas, e era capaz de ficar preocupado por estar em portugal. agora assim, sei que um dia safo-me disto. o que tem piada é que no fim de contas, este país dá a quem cá fica exactamente aquilo que merece. basta olhar po típico casal tuga. lol.

fica bem*

Vanessa A. Pereira disse...

oi.
as caracterísicas físicas serviram apenas para traçar um "retrato", eu percebi o que tu condenas nas portuguesas, a tal "atitude" ;-) o que eu queria dizer é que poderia haver a possibilidade de encontrares alguém que não encaixe nesse teu protótipo. :-) eu sou portuguesa, não tenho qualquer orgulho nem desdém nisso (foi o que me saiu na rifa) e concordo em pleno com as caracterizações que fazess dos "tugas" (aquela do domingo na praia, do shopping.. enfim!). Agora, só penso que cada um será feliz à sua maneira (e essa não é de certeza a minha maneira de ser feliz, tal como não é a tua, suponho). Considero ainda que tal como tu serás uma "excepção" neste país, talvez haja outras ;-) beijinho.

Daniel disse...

sim, claro que há. também há terrenos que têm petróleo. ou ouro. também há quem acerte no euro-milhões. a questão é que, comparando com o geral, são tão poucas, as excepções, que passas uma vida inteira aqui na tugolândia sem sequer as veres. não vale a pena, não dá, não força. desistir é o melhor remédio. a parte boa é que já não sou só eu a deixar o lixo no lixo. haverá sempre macacos estúpidos que não vão mudar, esta-lhes no sangue, mas que quem é relativamente normal perceba como é uma perda de tempo andar a competir seja com quem for por uma dessas "pequeninas". não vale o esforço, e é um esforço que acaba em nada. sempre. duma maneira ou de outra. o pensamento correcto é só um, e é este: "que se foda". um dia tamos fora daqui, e que perdemos? ao olhar para trás, que perdemos? só temos uma coisa a lamentar, ter nascido na maior lixeira humana da europa, e talvez do mundo. paciência, o karma lá nos há-de compensar um dia:p.

inté*