quinta-feira, 30 de abril de 2009

12-28

pelo título já dá para perceber que vou falar de coisas importantes (lol). 12-28 porquê? porque é um intervalo de tempo particularmente frenético na vida das mulheres, das portuguesas pelo menos. é uma jornada enorme. aqui vai:

até por volta dos 12 anos, rapazes e raparigas é mais ou menos a mesma coisa. os gajos jogam à bola, as raparigas jogam à apanhada ou qualquer coisa parecida. mas chegando aos 12 anos as coisas começam a mudar. os gajos continuam a só querer saber de jogar à bola, mas as raparigas começam a interessar-se pelas futilidades que vão dar sentido ao resto das suas vidas. ou seja: roupas, maquilhagens, namoricos, etc... pelo que começa aqui, começa aos 12 a transformação, é aos 12 que se lhes mete na cabeça que têm muito mais maturidade que os rapazes da idade delas, fase que vai até aos 20-22. na verdade não têm. pensam que tem, e é assim, devido a esta súbita consciencialização idiota de que são mais do que aquilo que na verdade são que se abre a porta à pedofilia... ou seja, quase sem excepção, dos 12 aos 14 (16 nos casos mais católicos), perdem a virgindade com um gajo pelo menos 8 anos mais velho, isto na melhor das hipotéses porque o mais normal é que a percam com um jogador de futebol brasileiro de 23 anos, preto, do clube local. não sei quem foi que inventou aquela história sobre a primeira vez ser muito importante para as raparigas e ter de ser perfeito e blah blah blah... mas é uma boa história... fantasiosa q.b. há algo de mágico no sotaque brasileiro, frases como "e aí minina? vamo tomá um suco?" ou "huá, oi, vem daí te dou uma carona" ou "vamo na minha casa jugá vidiogaimi" são difíceis de resistir quando proferidas por jogadores de futebol. compreende-se. anyway, fim do primeiro capítulo, a iniciação.

após esta primeira fase, as miudinhas transformam-se em mulheres de pleno direito. e a jornada continua. umas repetem o jogador, outras rodam a equipa inteira, outras rodam gajos mais velhos aleatoriamente, outras até experimentam alguns dos colegas, de idade similar. sempre no comando no fundo. uma roda viva. vão ficando cada vez mais fúteis. mais roupas, mais maquilhagens. começam a ouvir bandas tipo my chemical romance, tokyo hotel, 30 seconds to mars porque o vocalista é "todo bom"... todo e qualquer vestígio de cultura ou boa vontade é implacavelmente assassinado. o contacto com qualquer pessoa minímamente decente é proíbido. infinity, show me love... enfim, começa a aprendizagem para que um dia saibam como esmifrar gajos tirando partido do facto de este país os ter a mais... passo a explicar: promessa de buraco => bebidas à pala, tabaco à pala, boleia para casa, cãozinho sempre atrás... sejamos honestos, grande parte dos gajos são burros, e fazem qualquer coisa por um buraco, elas há uns anos atrás perceberam a particularidade da situação e agora tiram partido dela. normal. básico. este é o segundo capítulo, a aprendizagem, se quiserem early days. dura até entrarem na universidade, seja, geralmente até aos 18.

ahhh a universidade. libertinagem. nesta altura já há grandes bases. não há é jogadores da bola, pois as universidades são em cidades normalmente, e jogadores de clubes de maior importância já ganham o suficiente para "comprarem" outro tipo de mulheres. mas não se pense que alguém fica mal servido. nada disso. a macacada começa logo no dia das matrículas, com a cambada de macacos que vai para a caça a ser verdadeiramente "legendária" (como diria cr7). mete medo. claro que como os macacos são em maior número nem todos se safam, mas dos macacos não reza esta crónica. chegadas à universidade, quem vão ser os primeiros? os gajos que as praxam obviamente. correção: que as protegem da praxe com vista a obterem um buraco. assim é que é. aliás a praxe foi inventada por um gajo que tinha como finalidade conseguir comer as caloiras... é limpinho. e a invenção funciona. o que é facto é que os tais "doutores" as comem, elas rodam-nos todos, e assim passam o primeiro ano na universidade... enquanto os pais se estão a gabar ao vizinho da filha que está na universidade, ela provavelmente está de boca cheia. é um orgulho tremendo... e é o pico da evolução... a partir daqui vai ser sempre a descer, lentamente é certo, mas sempre a descer. isto porque no ano seguinte a história repete-se. há novas caloiras que vão desviar as atenções. claro que não vão faltar homens a ninguém, mas já não vai ser a mesma brutalidade. até porque num ano de "boa vida" o pneu obrigatório por lei tende a crescer e afastar alguns potenciais clientes. nada de preocupante. agora que já são mais conhecidas rodam gajos de outros anos, até caloiros. nunca há-de faltar onde rodar. a escolha diminui um bocadinho mas nada de preocupante. não por enquanto. ainda há muito por onde escolher e podem ser esquesitas à vontade, mesmo quando não valem nada. 3º capítulo, a vida adulta.

chega finalmente aquela altura em que a barriga já não dá para disfarçar. as toneladas de maquilhagem já não escondem as rugas e outras imperfeições. claro que ainda podem escolher, e esmifrar gajos à vontade, isso nunca vai mudar. mas já não podem contar que vão comer o gajo mais rico e mais musculado da noite, porque vão haver lá outras com a mesma ideia, menos barriga e mais novas. simples. vai-se limitar tudo à abundância de escolha, é essa que vai diminuíndo. a cada ano que passa vai sendo menor. a cada ano a barriga vai sendo maior, as rugas em maior quantidade, e a kilometragem obviamente também. tudo tem as suas consequências. é então quando atingem uma certa idade, por volta dos 28 que aquele tal relógio biológico que não sei o que é começa a dar horas, e a familía começa a perguntar "quando arranjas um bom homem?" ignorando, na sua inocência, o quão católica a filha tem sido ao longo dos anos, ignorando que na verdade não merece mais que um filho da puta... mas, como em tantas outras coisas, a justiça não é para aqui chamada, pelo que, por mais terrível que uma gaja seja, acaba sempre por conseguir arranjar um gajo, um pacóvio, mesmo aos 28. virgem se for preciso. nada mais compreensível, quando quase todas as gajas foram exactamente como esta que caçou o tal pacóvio só agora que ninguem "melhor" lhe pega... um que vai novamente fazer de tudo por ela. até porque nunca teve outra. é uma injustiça tremenda. mas adiante, o que é facto é que lá acabam por assentar, acalmar. até se fartarem. até resolverem que têm de começar a ir para o ginásio e acabar por papar o personal trainer, ou até se lembrarem de entar para o clube de poesia e papar um gajo qualquer. é só fartarem-se do pacóvio. e isso acontece sempre. chupam o pacóvio até ao tutano, usam-no enquanto precisam, enquanto não têm um esquema. quando já não precisam, seja porque já têm o personal trainer, o homem do gás, o homem do talho, o jardineiro, o homem da piscina... etc etc... está na hora da chupada final, o divórcio. depois, como é óbvio, vão ter de voltar a arranjar outro pacóvio, e repetir a habilidade. e arranjam. e repetem. e isto é que é triste, a verdade pura e crua é que por mais badalhoco que isto seja, por mais injusto... ao longo dos anos, vão conseguindo sempre o melhor que podem aspirar a ter. jogadores de futebol, macacões, musculados, com carro, pacóvios ricos a quem chupar dinheiro. sempre o melhor que podem aspirar a ter, porque não há gajos musculados, bonitos, ricos, inteligentes e boas pessoas... papam os musculados quando podem, chupam dos que são ricos quando conseguem... enfim é um jogo de interesses avassalador, que dura uma vida. e no fim de tudo, graças ao facto de haver tanto gajo em portugal, tanto gajo estúpido, safam-se com tudo. pila vão sempre arranjar, é um produto que nunca vai faltar em portugal. dinheiro também, é so arranjar uma pácovio. pelo menos até serem tão velhas que ninguém lhes pegue mesmo...

o meu conselho para aqueles que não são filhos da puta e tem alguma coisa na cabeça? fujam de portugal... e nunca mais voltem.

os mais bêbados

parece que há um estudo que afirma que os jovens portugueses são os que mais bebem na europa. os mais bêbados portanto. não sei quem perdeu tempo a fazer um estudo destes, mas esta conclusão a que chegaram é mais que óbvia. claro que somos os mais bêbados. mas claro. não temos remédio. ninguém no seu perfeito juízo consegue encarar a realidade portuguesa se estiver sóbrio. só gajos, azeiteiros, macacos, practicamente não há gajas, e as que há são terríveis... que mais há a fazer? a única solução é ir pos copos. como é que um gajo se aguentava no sardinha a ser pisado por 30 macacos por minuto que nem cães atrás duma das 5 ou 6 pequeninas que lá andassem? mesmo com os copos às vezes só apetece distríbuir cotoveladas. enerva. se as pessoas não bebessem não aguentavam 5 minutos. é estúpido? claro que é. em países a sério às 4 da manhã acaba tudo, as pessoas saem com um objectivo, e suponho que a maior parte das vezes o cumpram. aqui é toda a noite, até ser dia, horas e horas a vaguear sem qualquer finalidade. copos atrás de copos para se aguentar até ao fim. é estúpido. é um desperdício total. mas no entanto é um mal necessário, de outra maneira não se fazia nada e acabavamos por ficar malucos.

contentem-se a droga ser cara, se não eramos os mais drogados da europa, e do mundo também... um país à parte este nosso portugal.

terça-feira, 28 de abril de 2009

i love cape town III

domingo. o 1º dia por nossa conta. acordamos mais tarde. ainda assim, a tempo de ir almoçar e dar uma vista de olhos pela cidade. long street foi a escolha óbvia, afinal de contas aquilo basicamente é uma rua enorme cheia de bares e restaurantes. demos umas voltas mas a fome era muita, pelo que acabamos por entrar no 1º restaurante típico que vimos... exacto, o kfc. não foi grande refeição mas serviu, e também não foi caro. mais tarde haviamos de ficar a saber que nada era caro... nada mesmo. andamos mais um bocado pelas redondezas, para ficar a conhecer minimamente o terreno. acabamos por voltar ao hotel, pois não sabiamos muito bem o que fazer. eram 4 ou 5 da tarde e fomos pa piscina... isto começa a soar repetitivo mas tem de ser dito... eu entro no recinto, tava uma mamalhuda logo ali, na agua mais umas quantas, nas cadeiras outras... enfim... eu sei que parece mentira para qualquer pessoa que esteja habituada a portugal. mas isto ainda não era nada. calma. passamos a tarde na piscina, até ser hora de jantar. que mal que estavamos. pa jantar fomos a camps bay, zona junto à praia (ninguém adivinhava), zona chique. aquilo tem um não sei quê de miami. nunca estive em miami, mas é parecido com certas imagens que vi em filmes. tirando a parte de ter umas brutas montanhas como pano de fundo, o que tornava aquilo bem mais especial. era so restaurantes e bares todos chiques, e como tal passou-nos pela cabeça que ia ser uma boa estoura, mas enfim, dias não são dias. imaginem alto restaurante com vista pa praia e tal... foi aí que jantamos, e muito bem devo dizer. não sabem o que é carne má por lá. o mais incrível foi chegar ao fim e ter pago cerca de 8 euros. e ainda bebi 3 heinekens. bué caro eu sei.

eu queria ficar por lá, pa noite. até saber que eu era o único que tinha dinheiro ali. então, apesar de haver lá um bar que parecia tar fixolas (tava cheio, e não era de gajos), não havia nada a fazer, não tava propriamente bem vestido, era só altos carros a passar e gente a chegar, e só eu é que tinha dinheiro, e não ia chegar para 3 como é óbvio. decidiu-se que o melhor era voltar ao hotel e tentar long street. e assim foi. long street estava calminha. e já não era só pretos. entramos em alguns pubs e bares até decidirmos que não valia a pena andar a corre-los todos pois deviam tar todos a mesma coisa. tava tudo calmo, havia gente nas mesas a conversar e tal, pouca gente na pista. ainda assim, milhões de vezes melhor que qualquer noite em braga. num domingo. em long street. que não era propriamente dos melhores sítios para se ir. mais uma vez: não, não era só gajos. isso é um exclusivo de portugal. marca registada.

eventualmente acabamos por voltar para o hotel. não tinha sido um dia particularmente espectacular, mas isso só se podia dizer comparando-o com os que estavam para vir.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

i love cape town II

segundo dia. dia do j&b met. lembro-me que dormi mesmo bem. acordei cedo porque por alguma razão estranha não acreditam em estores por lá. e também não podia ficar a dormir que além de ser um desperdício, acabava por perder o transporte para a festa. às 11 da manha já estávamos a ir para o circuito. o meu irmão foi o caminho todo a recitar poesia, ao ponto das espanholas conseguirem perceber que ele só estava a dizer merda. eu prestava mais atenção ao que via pelos vidros da carrinha. a viagem ainda durou um bocado que aquilo ainda é grande mas eventualmente lá chegamos ao nosso destino, lá nos deram as cenas vip e entramos. tenho quase a certeza que uma coisa destas nunca mais se repetirá. havia lá bué gente famosa, notava-se pelas câmaras de televisão (tenho a certeza que apareço à emplastro por trás, eu bem tentava fugir de flashes e câmaras, mas por alguma razão estúpida tenho de aparecer sempre à emplastro), notava-se pelos vestidos, assim como se notava que havia muitos ricos, aliás, tava lá um homem que se não fosse rico nunca tinha conseguido entrar, nao vestido daquela maneira, imaginem um tuga de fato de treino fluorescente... era equivalente.

por esta altura já se estarão a perguntar "e gajas? havia?" ... pergunta legítima em portugal, para iniciar uma conversa em que se lamenta a miséria que este país é, mas completamente idiota se for sobre cape town. claro que havia. e havia-as famosas, de lá, eu não conhecia, mas era só somar 2+2. e sim, havia mais gajas do que gajos lá dentro. para dizer a verdade não vi uma gorda, uma feia. até as raparigas que andavam com as bandejas e a trazer bebidas eram impecáveis, mas já falei nisto, a única diferença é que neste dia eram mais. continuando, a quantidade de comida era industrial, havia de tudo para lá, e tudo cenas gourmet para ricos, nada de pregos, cachorros ou bifanas... eu nem sei, só sei que comi que nem um boi. melhor ainda? bar aberto, completamente aberto, era só pedir, o que quer que fosse, eles davam. e foi mais ou menos assim, entre comer e beber e fazer macacadas tipo falar do cristiano ronaldo ou do mourinho que passei, passamos, a tarde. estava ali a viver um dia para nunca mais esquecer, a não ser que venha a ter alzheimer como é óbvio.

lá para as 6 da tarde voltamos ao hotel. para tomar banho e tal. ficou combinado ir para o circuito outra vez às 8 da noite. segundo as informações que o gajo da j&b de portugal nos deu, supostamente iamos ter jantar, e a festa principal ia ser à noite numa bola de cristal gigante perto das montanhas. não foi bem assim. mas lá chegaremos. uma vez no hotel, lá fomos pa piscina, surpresa surpresa, nós eramos os únicos gajos lá, o resto era tudo gajas, 3 ou 4 na água, mais umas tantas nas cadeiras a apanhar sol... juro que senti saudades de casa... juro mesmo.

às 20:00 ainda não tava pronto, tinhamos de nos atrasar e pôr as espanholas à espera, nem podiamos dizer que eramos portugueses se chegassemos sempre a horas, por amor de deus. mas lá descemos, ia de fato, camisa branca e óculos de sol pendurados na camisa, mais ou menos à lincoln burrows disseram. mas em versão de merda acrescento eu. quando chegamos de novo ao circuito (acho que se chamava kenilwooth masnão tenho a certeza) já era quase noite... lusco-fusco vá lá. e já não havia tanta gente lá como de tarde. logo ali percebi que os gajos da j&b portugal não sabiam muito bem o que ia acontecer por lá. mas não pensem que era só gajos e tava uma treta. nada disso. tava só com menos gente. a parte má é que já não havia comida, logo não houve jantar para ninguém. quanto aos bares supostamente já tinha que se pagar... isto porque eles tinham começado a deixar entrar pessoas, suponho que estavam a vender bilhetes. mas arranjaram-nos um cartão pa pedir bebidas, tipo cartão de crédito, e ainda passamos por ricos a dar bebidas a toda a gente. anyway, a noite ia avançando, estava tudo mais calmo, tinha os pés arrebentados por causa dos sapatos de maneira que lá nos sentamos num canto. e foi aí, precisamente aí, que comecei a pensar no quanto ia chorar ao voltar para portugal. porque o que se passou... enfim. as espanholas tavam para lá sentadas também... e elas eram em toda a medida, típicas portuguesas, barriga da praxe, pequeninas, todas produzidas, todas maquilhadas, com uma certa mania que iam comer um cristiano ronaldo, nem todas vá, tenho de ser justo, mas 2 ou 3 eram mesmo as típicas portuguesas, e deu-me um gozo enorme, enorme mesmo, ver que ninguém, nenhum gajo sequer olhou para elas, lhes dirigiu a palavra... nada... tavam com uma cabeça do tamanho do mundo... eu ri-me e senti-me bem, mais em casa do que alguma vez me vou sentir neste país de merda. a cabeça era tão grande que foram embora passado um bocado. pelo contrário, comnosco não foi assim... tavamos muito bem para lá sentados e veio uma das raparigas que tava lá a trabalhar falar comnosco, mas aquilo era uma que dava 15-0 às do sardinha, acredite quem quiser. chamava-se amy, e foi impecável, aliás, se não tem sido ela provavelmente os dias seguintes tinham sido muito diferentes. ela disse-nos o que fazer, aonde ir, quando... enfim, atitude 5* como seria de esperar quando não dás razóes para te traterem doutra forma. acabaram por chama-la para ir trabalhar, e nos lá fomos à nossa vida, vaguear mais um bocado, ter conversas parvas com as pessoas, contar macacadas sobre ter perdido uma fortuna em apostas nos cavalos... enfim macacadas, até me ter cansado e me ter ido sentar num banco num jardim que tava para lá... o meu irmão juntou-se a mim passado um bocado... e agora pasmem-se... a amy apareceu com uma amiga dela (que também dava 15-0 às do sardinha) e apresentou-a e ficaram a falar comnosco. isto diz tudo, tudo. estou aliás convencido que se estivesse habituado a atitudes decentes não tinhamos passado o domingo e a segunda meios perdidos. mas como não estou, não tive lata pa perguntar/pedir certas coisas. mas seguindo em frente, passaram-se uns minutos e veio outra rapariga, chamar pelas outras duas para irem trabalhar. também nos falou. senti uma saudade imensa a apertar-me o coração. saudades de portugal.

a noite ali estava a chegar ao fim. ia haver um after hours, supostamente até às 6 da tarde de domingo. também não foi bem assim. mas antes do fim ainda pusemos os gajos do bar a trabalhar e ainda fizemos umas macacadas com umas pessoas que tavam para lá. beberam à pala do nosso cartão, lá falaram do ronaldo (eu dizia sempre "não gosto desse filho da puta"), daquela vez não disse, disseram primeiro, e não é que conheciam o porto, e que tinha sido campeão europeu em 2004, e o mccharty. e nós, eramos empresários, e tinhamos vindo ver as vinhas (eles tem altas vinhas por lá, daí essa história) e apostar nos cavalos... lol. memorável... para mim pelo menos.

chegava a hora de ir po after hours. tavamos com um gótica que falava 6 línguas, incluindo português... e o meu irmão não sabia disto quando disse "quem é essa gótica gorda" quando a viu... tinha de recitar poesia a toda a hora. anyway, a gótica lá nos chamou e disse que era para ir embora. chegamos à carrinha e deu-me vontade de mijar, como não havia casas de banho perto segundo a gótica, sugeriu que mijasse ali mesmo, e teve piada. 2 gajos de fato (eu e o meu irmao) a mijar num campo lol... passaram umas gajas por trás e disseram "big guys" lol. compreende-se, suponho que não é um costume por lá, não vi niguem a mijar fosse onde fosse enquanto lá estive. a viagem de regresso foi uma palhaçada, só diziamos merda... já não tavamos num bom estado. era só cantar musicas do josé mourinho. se bem me lembro tavamos nós, os romenos/romenas, e as inglesas na carrinha e nós eramos os mais bêbados. de nada. não precisam de agradecer termos representado bem o nosso país. deixaram-nos no hotel para irmos ao quarto das espanholas que elas iam embora no domingo, na verdade só nós é que ficamos 10 dias. a espanhola chefe telefonou, e eu falei com ela mas não sei muito bem o que disse, boa coisa não foi porque só se riam na carrinha, sei que disse que achava que nos estavam a raptar... ahhh, ela queria dar-nos uns brindes. mais garrafas j&b e outras cenas. já estavamos com um arsenal de j&b de meter medo.

despedidas feitas, hora de ir para o after hours. afinal de contas não era numa bola gigante. era numa discoteca em long street... pelo caminho comecei a achar que aquilo não devia tar grande coisa pois eu só via pretos. mas lá nos largaram por lá, nós nem conheciamos aquilo, nem sabiamos muito bem voltar po hotel, mas pronto. tava uma fila monumental para entrar, nós eramos os únicos brancos, graças a deus a cena vip fez-nos passar à frente pela entrada vip. uma vez lá dentro, na área não vip, era so pretos, e uma loira, que de certeza era a menina mais católica de cape town, para estar ali... é que a verdade é que por lá não semisturam, era muito raro ver. mas adiante. entramos na área vip... cenário identico
tava lá uma gaja branca vestida à vip que provavelmente também tinha estado no met. com aquele vestido todo fantasioso só podia. e havia para lá mais uma gaja branca. e nós. o resto tudo pretos. não havia sinal dos romenos nem das romenas, não havia sinal das inglesas... nada de nada. não duramos muito lá dentro. obviamente bazamos. segundo erro. primeiro ter ido po quarto das espanholas, agora este. mas, não podiamos adivinhar. e a cena chunga é que nos substituiram a cena vip de plástico por uma de papel... que obviamente acabou por se desfazer...

nova aventura, encontrar maneira de voltar ao hotel. não sabíamos o caminho. não viamos taxis em lado nenhum. tavamos de fato. dinheiro e maquina no bolso. e à volta, por todo o lado... só só pretos. pensei sinceramente que iamos levar na boca logo ali... mas não, não se passou nada, fomos andando, andando... vimos pretos à porrada a partir garrafas nas cabeças uns dos outros... ainda vieram putas (prostitutas mesmo) a perguntar para onde iamos e tal... e nós "home"... ao fim de uns minutos lá avistamos o hotel e os prédios adjacentes... sobrevivemos... mas aprendemos ali... long street ao fim de semana? má ideia... muito má. eu bem desconfiei que a festa sendo na cidade em si, lá no meio, não ia saír grande coisa... mas também não podia adivinhar, afinal de contas aquilo ainda era da j&b.

chegamos ao hotel, subimos e fomos dormir. com uma fome de cão. mas àquela hora, sem conhecer nada não se podia fazer muito. e tava cansado de mais para ir aonde quer que fosse. no dia seguinte iamos ficar por nossa conta, e tinhamos uma semana inteira:)

não me interpretem mal, estava a ser do outro mundo, mas claramente, faltava qualquer coisa às noites. não podiamos ter adivinhado é certo... mas faz-me sentir mal ter desperdiçado duas noites... se eu soubesse nunca tinha ido com as espanholas nem ao after hours...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

mmmmmmmmm

não estava a pensar pôr isto aqui mas afinal vou pôr. uma das cenas que tenho escritas. a menos má por sinal. não tenho feito grande coisa por conseguir um instrumental decente, mas para além de não ser propriamente um génio, também tenho as guitarras arrebentadas. a eléctrica sem cordas e a acústica mais ou menos destruída. já devia ter ido comprar cordas mas o procrastinador implacável é um grande amigo meu.

bem, mas vamos à coisa propriamente dita. escrevi esta coisa (sim vou chamar-lhe coisa para não ferir susceptibilidades) influenciado por certos eventos particularmente infelizes, como é quase sempre a morte de alguém, e com uma certa e determinada pessoa na cabeça que se acha superior sem se saber muito bem porquê, suponho eu. enfim o menino aqui é "esquesito"... não é "muita fixe".
bem, aqui fica:


i climbed a living tree today
and from his arms i saw decay
my best dream bound to obey
the constant loss along the way
deep inside i know my name
deep inside it burns in pain
how much of me does still remain
how much of me has gone away?
everything goes away
everything goes away
everything goes away
it's something i always knew
there's no way through
in the day you die
i'll die with you


PS: antes que me dêm na cabeça, nunca falo em termos absolutos, sei perfeitamente que ainda há boas almas no mundo, principalmente fora de portugal. em termos gerais contudo, as coisas são o que são...

lions

há já algum tempo que me apetece fazer uma banda. sim eu já tou à espera da piadinha "tu tocas bem é ao bicho"... é que não vai falhar, mas pronto. a questão é que anda aí muito palerma que toca pior que eu e tal e desde que dê pa tocar num tasco em cima da arca dos gelados, e só ter de me desviar quando alguém quiser um cornetto, para mim já é bom.

mas continuando, há umas semanas atrás lembrei-me de um nome aceitável para a "banda": lions belong in the wild. para começar não soa mal. e tem tudo a ver com este estado de coisas, esta medíocridade que não pode, não devia ser normal, tudo a ver com o facto de estar tudo de pernas para o ar, fora do sítio. yes! i am a long way from home. por aí.

a ver no que dá:)

erasmus

ainda não fui de erasmus. hei-de ir a sei de antemão que vão ser os melhores meses da minha vida, só comparáveis até agora com a estadia em cape town. serve isto para falar sobre aqueles que acabam por escolher este nosso país para vir de erasmus. muito honestamente tenho pena de todos os gajos que queimam erasmus para vir para portugal. aqui há umas semanas estava um húngaro no sardinha a dizer que portugal é fixe, e tem bom tempo e mulheres bonitas... pobre coitado. notava-se a kilometros de distância que tinha acabado de chegar e não tinha a mais pequena ideia do buraco onde se tinha vindo meter. coitado mesmo. mais ainda quando já várias pessoas me falaram da loucura que é budapeste. mulheres bonitas? eu só lhe disse "look around mate, they're all small, fat, ugly and they have moustache, i'm sorry for you, honestly I am"... que estado de insanidade pensar que as portuguesas poderiam ser melhor que as húngaras no que quer que fosse.

seja como for, ao fim destas poucas semanas de tratamento ba/sardinha o rapaz já mudou o discurso, agora é mais ou menos assim "na hungria é muito melhor, aqui não há mulheres, e têm uma mania"...

quanto a gajas que venham de erasmus para aqui, nada a dizer. escolha acertada, bem vindas ao paraíso.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

i love cape town I

pois é, estive 10 dias em cape town. de 29 de janeiro a 9 de fevereiro estive fora. troquei esta espelunca por cape town e o seu calor. má troca, eu sei.

começou tudo muito bem, ainda em solo nacional quando a tap conseguiu partir com 2 horas de atraso do porto para lisboa. 2 horas de atraso num voo de 40 minutos, muito bom. estou em crer que se um dia a tap cumpre o horário logo haverão passageiros a queixarem-se "então???? mas que pouca vergonha é esta? agora cumprem-se os horários?? até levo a mal, isto vê-se cada uma" . mas lá cheguei a lisboa a tempo de apanhar o voo para joanesburgo, capital mundial da segurança e da luta contra o racismo, e foi precisamente aí, em joanesburgo, que se notou claramente que portugal havia ficado para trás. até um cego surdo e mudo tinha conseguido notar. sentia-se no ar, havia qualquer coisa diferente. havia mesmo. já não era so homens. para dizer a verdade, era até violento para olhos que estão habituados a ver uma quantidade residual de pessoas do sexo feminino no seu raio de visão, ter assim de repente de lidar com tamanho contraste. havia até uma equipa feminina de qualquer coisa, que povoava o aeroporto de loiras de 1,80m de traje vermelho. naquele momento senti-me em casa.

o voo para cape town durou 2 horas, e foram 2 horas de ansiedade. cape town é absolutamente brutal, e desde que chegamos foi sempre a subir. motorista à espera com bruto mercedes (ah é verdade, um porsche lá é como um corsa aqui) para nos mostrar a cidade e levar ao hotel. eu olhava para todo o lado enquanto mantinha uma conversa parva com o motorista. nem acreditava muito bem que estava mesmo lá. e o hotel? uma suite no 10º andar. à patrão, altos quartos, vista po porto, varanda, cozinha, sala, lcd, até sporttv nós tinhamos. sempre a subir como estava a dizer, e não parou. lá descobrimos a piscina, no 4º andar, no topo dum centro comercial adjacente ao hotel. e obviamente como bons portugas que somos tinhamos que ir fazer umas bombas, mesmo sendo contra os regulamentos.

ao fim da tarde, a espanhola da jb trouxe-nos brindes, t-shirts, chapéus, e tretas dessas, e garrafas de whisky. lá nos informou sobre as festas da jb. sobre o que tinhamos de levar vestido... enfim, não gostei da parte de não poder ir de fato de treino sport. lá tive de ir de fato. e se é verdade que eu não gosto de andar de fato, parece que tinha a sua pinta, a acreditar no que me diziam pelo menos... adiante, as 19:00 lá fomos nós para o sítio da festa de recepção, mesmo, mesmo à beira do estádio que estão a fazer para o mundial de 2010. chegados lá, choque. era só loiras. parecia que estavamos na suécia. e comida à pala. comida de patrão. não era uma porcaria qualquer, tipo bifanas. não, era carne de patrão, altos snacks, muitas das coisas nem sei bem o que eram. ahh, e bebida à pala também. agora imaginem o típico tuga nestas condições. que soltassem lá 30 gajos de lei e transformavam aquilo numa selva. o tuga é mesmo pouco civilizado. entao nestas condiçoes: loiras por todo o lado, comida e bebida à pala... acho que se podia ter batido um record de javardice.

foi impecável, só foi pena acabar cedo. mas pronto é o costume deles. fiquei com boa impressão de tudo, caramba, até as gajas que eles puseram lá a trabalhar eram impecáveis, e eram gajas que aqui punham 1000 macacos a fazer qualquer coisa, gajas melhores (fisícamente) que qualquer uma que se veja por aqui. e no entanto, aqui, é nariz empinado e a puta da mania que são alguém quando na verdade são apenas normais, em terra de cego quem tem olho é rei, lá diz o povo, que não é totalmente estúpido.

a noite acabou no quarto das espanholas, o que foi um erro do tamanho do mundo, como se vai perceber mais à frente, mas perdoem-nos, que nós não sabiamos, não podiamos saber. afinal de contas vivemos neste país miserável. o dia seguinte havia de nos levar ainda mais para as nuvens...