domingo, 20 de dezembro de 2009

por cada um de nós, nem um milhão deles a arder

este país é mesmo espectacular. talvez neste aspecto até seja o mundo inteiro assim, mas sobre o resto do mundo não tenho dados pelo que me abstenho de dizer seja o que fôr. dizia eu que portugal é espectacular. entenda-se o sarcasmo presente em tal afirmação, leia-se "uma puta duma merda" onde "espectacular" aparece. mas sim, espectacular. e é-o por várias razões, um sem fim delas. uma das quais, como podem ter-se apercebido por esta altura, é o motivo deste post.

agosto 2008. uma amiga minha, à qual eu não conseguiria apontar um defeito que fosse, morre de cancro a 4 meses de fazer 18 anos. tão injusto como as maiores injustiças do mundo somadas. algures em 2009, a tia do foguetes, morre também ela de cancro. não fazia mal a ninguém. tinha 2 filhos. não fumava. no entanto morreu de cancro do pulmão. parece-me justo de facto. ontem, o pai do falcão caíu e aleijou-se na coluna. não sei ao certo o que se passou, mas parece que há a possibilidade do senhor ficar paralítico. enfim...

eu nem sou contra estas merdas acontecerem. sou é contra elas acontecerem sempre aos mesmos. sempre aos que não merecem. é que não falta quem mereça. pedófilos, gunas, arruaceiros, azeiteiros, etc... tanto animal a bater na mulher por esse país fora. tanto guna a roubar todos os dias. tanto azeiteiro no street racing... e nada. nunca lhes acontece nada.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

nós e o resto do mundo

já repararam como até pela música dá para ver que portugal é um país à parte? acompanhem-me. a música, umas vezes mais, outras vezes menos, acaba por reflectir culturas e experiências pelo que não pode ser uma surpresa para ninguém a brejeirice, mau-gosto e primitivismo que caracterizam a música portuguesa. é o reflexo daquilo que somos enquanto povo. vai daí, por exemplo, enquanto beyoncé canta "broken hearted girl", ruth marlene apela ao "truca-truca":


hoje em dia esta malta está maluca
na terra inteira só se pensa no truca-truca
conversas, já não há, beijinhos também não
ate o namorico está em vias de extinção



bonito sem dúvida. e verdadeiro, logremos apenas substituir "terra inteira" por "portugal". paralelismo semelhante pode-se estabelecer entre outras 2 "músicas" das mesmas "artistas". beyoncé oferece-nos "if i were a boy", uma canção que espelha as amarguras a que os homens, seres insensíveis, sujeitam as mulheres. já ruth marlene deu ao mundo a bonita cantiga de amor de nome "mexe mexe que eu gosto". parecido. no fundo só muda a linguagem.

alarguemos agora as comparações a outros "artistas". hmm talvez "i hate this part" das pussycat dolls, contra "já não sou bébé" da romana, essa epopeia dos tempos modernos onde romana deseperadamente clama por aceitação, entre outras coisas:


já está na hora de veres como sou
tambem por mim o tempo passou
e já te olho com outro olhar
e a criança que dantes tu vias
hoje é mulher e tem fantasias


a cada um a sua cruz. romana com os seus dilemas de gosto duvidoso, nicole scherzinger com o coração em pedaços:


i hate this part right here
i hate this part right here
i just can't take your tears
i hate this part right here

i know you will ask me to hold on
and carry on like nothing's wrong
but there's no more time for lies
cause i see sunset in your eyes


quase faz pena de facto. mas voltemos por momentos a ruth marlene. diz a poetisa assim:


quando os rapazes vêm com ela fisgada
daqui não levam nada
ai daqui não levam nada
e quando algum quer fazer logo marmelada
então, só à estalada,
ai então, só à estalada


chamo a atenção para a rima complexa e bonita, bem como para a profundidade desta problemática. e muito folgo em saber que a ruth marlene é uma mulher às direitas. esses bandidos que querem fazer logo marmelada só têm que ser corridos à estalada. é assim mesmo.

bem, mas estar-se-ão vocês a indagar neste momento "e homens? só falas em artistas femininas?". ao que eu respondo: não, claro que não, vou falar no emanuel também. o rei da música ligeira. esse contador de histórias de embalar, portador de sonhos, qual vento que espalha os aromas da primavera. com um reportório tão recheado de sucessos, destaco talvez o "píri-píri":


a dona rosa era triste e infeliz
porque o marido já não era bom amante
foi então que uma amiga a aconselhou
dar ao marido um jantar muito picante


que dizer sobre este pedaço de arte? são estes os dilemas que a vida nos coloca. são estes os problemas reais. e é precisamente a capacidade que emanuel tem de os transformar em arte, que assegura a sua imortalidade neste que é um mundo de mortais.

só para acabar, enquanto fergie apregoa orgulhosamente "big girls don't cry", e katy perry teme pelo seu amado que partiu para a guerra em "thinking of you", ruth marlene, quem mais, mostra-nos inequívocamente que viveu à frente do seu tempo. falo como é óbvio daquele que é provavelmente o primeiro testemunho da existência de macacos:


todos os homens têm suas artimanhas
p'ra conquistar fazem coisas geniais
mas as mulheres já conhecem suas manhas
sobretudo o piscar de olhos que é o que eles usam mais

a piscadela dizem eles nunca falha
e é um gesto que em nada parece mal
por isso andam por aí aonde calha
onde houver mulheres bonitas só se vê este sinal


claramente, ruth marlene foi a primeira mulher a documentar a existência deste especíme que hoje em dia sobrepopula portugal. algum crédito lhe seja dado. a parte das mulheres bonitas é que deve ter sido só para rimar... que de resto não tou a ver:p.

pacha 6


sobre esta foto, bem, só tenho que dar os parabéns ao fotográfo que conseguiu escavar estas 4 princesas lá no meio. com certeza que não foi fácil.

pacha 5


nesta foto destaco o olhar de que é alvo aquele senhor que aparenta ser um índio da amazónia. muito bom.

pacha 4


que cénario espectacular.

pacha 3


não quero tar aqui a levantar falsas suspeitas, mas quase que estou disposto a pôr as mãos no fogo e dizer que festas da espuma, não foram originalmente concebidas para um público quase 100% masculino. a não ser que seja uma festa da espuma... gay.

pacha 2


não vou comentar, é uma foto toda ela espectacular.

pacha 1


chamo a atenção para o senhor que parece o tarzan. hilariante.

pacha

chegaram-me às mãos umas fotos duma festa da espuma no pacha de ofir que sou obrigado a pôr no blog. tem mesmo de ser.

a noite do canhão

começam a faltar palavras para descrever o que se passa neste país, e em particular em braga. a noite de ontem tem entrada directa para o top 3 das piores de sempre. e falo em top 3 porque na verdade não seria fácil escolher a pior de sempre, dadas as semelhanças entre elas.

é absolutamente surreal. há com certeza festas gays com menos homens. eu nem 2 horas durei lá dentro, às 5:00 já estava em casa. e só tenho pena de não ter feito como o márcio que se emborrachou e foi dormir. essa sim, foi a decisão acertada.

enfim, para acabar, queria só sugerir ao bandeira que acabe com essa brincadeira de chamar às quartas a noite da mulher e comece a chamar os bois pelo nome: noite do canhão, king kong party, símio night, festa da mangueira... por aí.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

give me something to believe

tou viciado nesta música.





There's a smell of stale fear that's reeking from our skins.
The drinking never stops because the drinks absolve our sins
We sit and grow our roots into the floor
But what are we waiting for?

sim, sim, para longe daqui por favor

hoje estou irritado para além do razoável. para começar, tá um frio estúpido de mais. -4º em braga. mas o que é isto? fui verificar temperaturas noutras cidades e eis o que encontrei:


atenas 19º
oslo -4º
copenhaga
reykjavic
bucareste -2º
sofia


é incrível como tudo é terrível em portugal. nem a merda do tempo escapa. eu estou extremamente grato pelo clima espectacular que temos. não me tivesse eu levantado às 7 da manhã, sem dormir nada, para ir a aulas que afinal de contas não precisava de ir. não tivesse eu estado na capital do homem a pastar das 11:00 às 15:00. raio de dia.

e não fosse isto suficiente, ainda tive de apanhar com aquelas tuguices que põem o orgulho que tenho no meu país bem lá no alto: o autocarro das 18:00 pa braga encheu. só o lugar ao lado do motorista estava vago. veio um gajo, pediu se podia ir nesse lugar, o motorista recusou liminarmente. pouco depois, veio uma gaja, fez o choradinho, e o filho da puta do motorista, que não tem outro nome, deixou-a ir no lugar que minutos antes tinha recusado a... outra pessoa.

mas continuemos que as macacas estavam apenas a começar. é que uns bancos atrás vinham umas gajas a discutir. ouviram-se coisas como:


o nome de 15 homens diferentes

"ah eu sei que ele ficou muito mal, principalmente quando comecei a andar com o melhor amigo dele, imagino o que devem ter dito de mim"

"eu dei-lhe o msn dele e ela combinou um encontro mas depois quando o viu disse que era feio"

"oh, claro que não gostei dele, era muito pequeno"

"eu andei com ele um mês, depois andei com o roberto"

"olha eu até gostava dele, mas foi tudo tão confuso. agora estou com o diogo"



pois bem, atendendo ao elevado número de pilas que estas meninas varreram, seria de esperar que fossem umas princesas. autênticas modelos da victoria's secret. mas eram mesmo? não. claro que não. pequeninas, pneu da praxe, e feias, feias, feias. mas feias. só para terem uma ideia, se fossem um prato de comida eram batatas à espanhola. aquele prato que mesmo que esteja esfomeado, ainda assim, prefiro não comer.

mas há mais. outras duas havia que vinham a discutir cortes de cabelo, vestidos e sapatos. diziam assim:


"ah porque eu quando acordo o meu cabelo fica todo no ar, e levo sempre muito tempo a arranjar-me"

"eu demoro mais é a escolher o que vestir"


enfim... eu nem sei o que dizer. exceptuando uma pequena minoria, este país é tudo o que esta gente merece. não valem nada de nada. nem uns, nem outros. merecem-se mutuamente.

sábado, 12 de dezembro de 2009

macaco®

várias pessoas me perguntaram já como é que me lembrei de começar a chamar macaco aos... macacos. na verdade, não tem muito que se lhe diga, mas visto que querem mesmo saber, então eu explico:

tudo veio até mim há uns 3-4 anos atrás, numa noite qualquer, no ba de braga. foi nessa altura que comecei a compreender portugal. e foi quando nessa noite vi uns 2 ou 3 heróis a saír do ba com aquele produto mais procurado que o petróleo, que reparei que a postura que tinham aquando da caminhada triunfante até à saída, era em tudo idêntica à dos símios. braços descaídos, costas arqueadas, primitivismo estampado no olhar que deitam à pequenina que vai à frente. acaso levassem uma moca na mão, estou em crer que nem o mais conceituado especialista descobriria uma diferença que fosse entre estes e os homens das cavernas.

lembram-se daquele anúncio em que aparece um doutor qualquer a ensinar um macaco de nome gervásio a separar o lixo? é mais ou menos a mesma coisa. só o prémio difere. no caso do gervásio, o prémio é uma banana. no caso dos macakoys, é a pura perspectiva de pôr a pila num buraco que os move. e tem piada porque o gervásio, acaba por conseguir o que quer, ou seja a banana. já os macakoys, a maior parte das vezes, ficam-se pela perspectiva. e com os bolsos mais leves.

reparem, no sardinha por exemplo, por trás de qualquer pequenina, forma-se sempre um semi-anel de gorilas, ali de plantão, como quem guarda a arca do tesouro de possíveis saqueadores. agora muito sinceramente, digam-me, ao olhar para tal quadro, quão difícil é imaginar estes otários a porem a pila de fora, mijarem nas gajas, e depois baterem com os punhos no peito, gritando "uga uga uga", que traduzido para português seria algo do género "esta é minha caralho"? difícil?

e pronto, é isto, mais coisa menos coisa. tá explicado. sem eu saber muito bem como, parece que esta "coisa" dos macacos que eu inocentemente inventei se está a generalizar. é bom sinal. é sinal que nem todos somos estúpidos. talvez um dia a porto editora inclua este novo significado para a palavra macaco nos seus dicionários. o céu é o limite.

agora vou dormir. vim cedo para casa. não aguentei a excessiva emoção da noite de arcos de valdevez. sou um fraco. hasta.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

isto é uma pouca vergonha

era só para dizer que esta noite foi um fiasco. e que não acho justo que quem já tão pouco tem se veja privado daquele que é unanimemente considerado como o momento da noite. falo, como é óbvio, do cachorro do américo...

assim não há condições. bah.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

o playmaker

antes de mais queria começar por dizer que estou neste momento a ouvir sean riley. pronto, vamos lá ao que interessa agora:

a noite de ontem foi surreal. por várias razões até, mas principalmente porque uma rara conjugação de factores, tornou inolvidável o regresso do wuiz pedro aos relvados após lesão prolongada. mas começando pelo ínicio, o meu irmão resolveu fazer com que umas raparigas viessem cá. eu não queria. mas parece que eu não mando nada por aqui. estar-se-ão vocês a perguntar porque razão não quereria eu as raprigas aqui. pois bem, é simples: tamos em portugal. para bom entendedor meia palavra basta. para os outros, eu passo a explicar: todas as condições de trabalho se vão com elas aqui. a música. toda e qualquer conversa com pés e cabeça. a calma para fazer um bom trabalho. e, não fosse isto suficiente, ainda trazem macacos atrás. ou "amigos" se preferirem o termo soft. foi o que aconteceu ontem. acabo eu de tomar banho, entro na sala e lá estava um magnífico exemplar da espécie. não sei como. não sei porquê. mas estava. tudo bem. adiante. a pressa de ir pos bares, para a montra, exibirem-se, la veio ao de cima, e eu pensei que tinha chegado ao fim a macacada. mas não tinha.

uma ou duas horas mais tarde, ouço chamar da rua, e lá vinha uma das raparigas quase em coma. entraram por aqui adentro com a devida escolta de macacos que como é óbvio estava já em modo abutre. mais uma vez, não sei como entraram. não sei quem abriu a porta. so sei que entraram, e a partir desse momento foi a macacada total. algum mérito lhes seja dado pois sentiram-se claramente em casa. desde andarem que nem cães de volta da rapariga que estava meia morta na cama, até pegarem na minha guitarra e começarem com cantorias. valeu tudo. até serem mandados embora. fim da macacada? ainda não.

com a saída de cena dos profissionais, subiu ao palco o sr. wuiz pedro para brilhar como nunca antes tinha ousado. pode o rapaz não ter conseguido concretizar, que não conseguiu, mas que tentou, que suou a camisola, que deu tudo... isso ninguém pode negar. a vitória moral ninguém lha pode tirar.

mas continuando... tinha a macacada já sido muita, e ia a hora relativamente avançada quando vindo não se sabe de onde, apareceu um dos macacos outra vez. como entrou? não sei. essa parte foi um mistério para mim toda a noite. entrou. entrou e em pouco tempo enfiou-se na cama do meu irmão com o cadáver. bonito por si só. mais ainda por ser aqui. esta situação, muito compreensívelmente, revoltou o wuiz, que não se conteve e disse: "olha-me este filho da puta"... o que foi muito bem dito, pese embora não pelas razões certas. a partir daqui as coisas azedaram. quase havia pancadaria entre o wuiz e o meu irmão e não havia meio de se resolver o imbróglio: o cadaver incapaz de se segurar em pé, o macaco a fazer o trabalho de macaco, o wuiz revoltado e a querer correr com o macaco para tomar ele conta da ocorrência, o meu irmão meio apalermado, e eu e o dark, as únicas pessoas com juízo dentro desta casa ontem à noite, já completamente fartos, a ver o tempo passar.

por fim, tudo se resolveu. foi toda a gente embora. eu cheguei a pensar que o meu irmão ia deixar o macaco concretizar, mas vá lá que não deixou. não é que eu ache que quem tem este tipo de "amigos" bué da fixes mereça outra coisa. só que muito simplesmente, a minha casa ainda não virou jardim zoológico. o que aconteceu depois? para onde levaram o cadáver? não sei. já não me diz respeito.

agora eu lanço aqui uma questão, se não tivessem cá vindo, como eu sugeri, o que é que se tinha perdido? alguém sabe? ninguém? ninguém mesmo? ok eu digo: nada. nadinha. tinha-se era evitado uma grande confusão. e grego no chão. parecendo que não...

enfim, que eu nunca hei-de perceber, isso é certo. tamanha confusão por causa de... nada. por mim, podiam leva-las à vontade, não ia levantar um dedo para impedir fosse quem fosse. eu nem pela única tuga a quem achei piada me metia em confusões. nestas confusões. cada um faz o que quer, e só há que aceitar. não há que lutar, nem impedir nada que não seja forçado. o que quer que assim não seja, acabará sempre por acontecer. mais cedo, ou mais tarde...

a maturidade atinge-se quando deixamos de basear o nosso comportamento na perspectiva de chegar ao buraco. nem todos chegamos lá, não é?

inté.