domingo, 30 de janeiro de 2011

já faltou mais, mas ainda falta

2 anos, estava eu em cape town, recém-chegado, numa espécie de tour pela cidade, aquela feia cidade que mais parece um vilarejo medieval, sobretudo se comparada a metrópoles do calibre de guimarães ou braga. eu sinceramente não me imagino a viver numa metrópole onde à noite não seja possível ouvir as corujas e os mochos. não me imagino a viver numa metrópole onde não seja possível ouvir um cão a ladrar a meio da noite, numa ponta da cidade, e outro a responder-lhe, da outra ponta. não me imagino a viver numa metrópole onde não se ouçam galos a anunciar o nascer do dia. não. nem pensar. numa dessas cidades com vários milhões de habitantes, que têm o seu próprio respirar, uma espécie de ruído de fundo característico de quem está vivo, numa dessas não me apanham. eu gosto é de predictabilidade. saír à rua e reconhecer as caras que vejo, de outros dias que foram ficando para trás. gosto daquela sensação de claustrofobia que advêm da impossibilidade de fugir à rotina e quietude. gosto de saber que o meu amanhã vai ser exactamente igual a hoje, que por sua vez já é uma cópia de uma cópia. e gosto especialmente de ter perfeita noção que é assim que o tempo se me vai escapando. é a felicidade suprema ao alcance do comum mortal. tudo neste pedacinho de céu a que um dia, num outro tempo, alguém resolveu chamar de portugal.





amanhã é o met, aquela festa cheia de pila e pessoas animalescas onde eu, graças a deus e à sua infinita sabedoria, muito provavelmente nunca mais irei. calha bem porque tenho de ir a braga;).

3 comentários:

Fio d'Ouro disse...

Tenho um selo para ti (:

Daniel disse...

ah sim? que selo?

Fio d'Ouro disse...

Aqui :

http://la-de-vidro.blogspot.com/