quinta-feira, 20 de maio de 2010

will they be there to welcome you home with heart-shaped balloons? no.

acabou o enterro, voltou a normalidade. se é que se pode adejctivar o nosso quotidiano de normal. lá tive de voltar a ter aulas em guimarães. lá voltei aos courts da rodovia para dar espectáculo. fui até um pouco ao ba ontem à noite, pois tava calor a mais para ficar em casa.

bem, seja como for, fruto de uma conversa um bocado maricas que tive ontem, venho hoje falar sobre uma temática que roça também ela os limites da mariquice. falo como é óbvio dessa coisa que dá pelo nome de amor. dir-me-ão alguns que amor é fogo que arde sem se ver. dir-me-ão outros que é uma coisa inexplicável que se sente por outra pessoa, que nos esmaga o peito. outros ainda haverá que afirmarão que o amor é o que dá sentido às nossas vidas. enfim, podia continuar, que os clichés são muitos, mas penso que já perceberam a ideia. eu tenho uma visão muito particular sobre esta coisa do amor. tal como me foi apregoado nestes 23 anos, tal como vem nos livros, ou se vê nos filmes, o amor não existe, mais não é que uma utopia. é no fundo como o monstro do lago ness, toda a gente fala nele, há muito quem acredite que exista, mas quando se pergunta "já o viste?" a resposta é invariavelmente um rotundo "não".

admito que nos primórdios do tempo, até tenha existido, esse tal amor. porque, vamos lá a ver, de alguma maneira se criou esta ideia utópica. no entanto, realisticamente, aquilo que hoje em dia é apelidado de amor, não é mais que uma desculpa. ou um negócio até. seja a justificação para quem precisa dela por forma a evitar sentir-se mal, seja o caminho fácil para a obtenção de bens materiais, seja até uma espécie de transacção a fazer lembrar as que ocorrem entre uma prostituta e o cliente. seja lá o que for, o que não é de certeza é aquela coisa que por uma vida inteira nos foi impingida. não é. e qualquer pessoa com o mínimo de perspicácia percebe que não é. basta olhar à volta para perceber que não é preciso mais do que uns meses para tudo estar trocado, tal e qual um baralho de cartas.

admito também que haja no mundo quem conseguisse levar avante esta coisa do amor. claramente. o problema é que isto é trabalho para 2 pessoas. é como remar. remando só dum lado, o barco não sai do sítio. anda só às voltas. a verdade é que o ser humano não foi feito para encaixar neste conceito de amor, aquele verdadeiro.

eu pela minha parte, só por uma vez fui até alguém com estas mariquices. com os resultados que se conhecem. confesso que sempre fui um céptico. perguntava-me ontem o meu irmão: "então pah, o que é que correu mal com a outra?" ao que eu respondi com um encolher de ombros. estar em portugal? não ser rico? não ser o cristiano ronaldo? sei lá. o que eu sei, é que em parte alguma do mundo me verão a batalhar. a ir po meio dos lobos lutar por um pedaço de carne. não. prefiro afastar-me e não me meter ao barulho. a alcateia que partilhe, um pedaço cada um, a cada dia. já dizia shakespeare "love sought is good, but given unsought, is better". sou contra batalhas. sou contra dificuldades. para rastejar não contem comigo. dizem-me que tenho uma má atitude. dizem-me até que há quem tenha medo de falar comigo. que sou estranho. não vejo as coisas por esse prisma. nem tão pouco entendo de que é possível ter medo. eu não faço mal a ninguém. tanto macaco por aí de quem até era legitimo ter medo, de se ser violada por exemplo, e no entanto... não consta que haja qualquer medo. que seja um pouco anti-social, em português, até admito que sim, mas nunca tratei mal ninguém, e muito menos tenho qualquer espécie de responsabilidade em ser assim. 23 anos rodeado de filhos da puta e ranhosas não podiam ter um bom resultado.

dir-me-ão que com uma atitude destas, não conseguirei nada. bem, quanto a isso estamos de acordo. mas também não é assim tão custoso, pouco foi aquilo que quis deste país, e cada vez menos quero ter alguma coisa a ver com esta selva. o pouco que quis não consegui, é verdade, e não posso ser hipócrita ao ponto de afirmar que tal não me afectou de maneira alguma, no entanto, não é menos verdade que sou muito bom a saber desistir e virar a página. se nos atiram pedras, das duas uma, ou devolvemos o favor, ou viramos costas e pomo-nos a salvo. vai daí, desgostos amorosos são particularmente incompreensíveis para mim. porque seja qual for a origem, uma coisa é certa, não havia nada, nada, desde o ínicio. nada se perdeu porque nunca houve nada. desgostos amorosos, são aquilo que na verdade se pode chamar de queda na realidade. entendo que a queda magoe. não entendo é que a dor demore mais que uns instantes a passar.

quanto a mim, obviamente que admito que um dia venha a caír na parvoíce de novo, se me aconteceu aqui em portugal, ainda que só por uma vez, obviamente que acontecerá lá fora, onde vivem as pessoas. admito que sim, não me custa mesmo nada admitir. e por mais que ache o conceito uma utopia, ainda assim, não serei eu a comportar-me de forma desviante. quando alguém me apanhar, então apanhou-me. o conceito de saco de fodas, que chupa pilas e faz toda uma séria de habilidades de cariz duvidoso, para mim não faz sentido. se me importo minimamente com alguém, não é isto que espero, não é isto que quero. yep, eu de tuga não tenho nada.

anyway, po ano estarei certamente lá por fora, em erasmus, e a vida começará a ter sentido. quanto a esta gente que por aqui anda, bem, sejam felizes à vossa maneira. que os momentos entre-macacos não durem muito. geralmente não duram que a lista de espera é longa, mas ainda assim, fica o desejo. deixo-vos com uma música dos the courteeners chamada yesterday, today and probably tomorrow. é um grande nome. e é uma grande canção. parece feita de encomenda para umas certas e determinadas pessoas parvinhas que pensam que isto é só best friends forever e coiso e tal.





i'm not going to sit here and lie and list all the many ways
about how i will supposedly love you till the end of days
because i think that we both know in twenty-eight and a half years' time
that i won't be yours and you probably won't be mine

but yesterday, today and probably tomorrow
this little one will find it hard to find sorrow
yesterday, today and probably tomorrow

middleton to withington and middleton and back
is more than enough to make the average middletonian crack
so I will stand outside the travelodge and bite my tongue
your best friends look me up and down and I'll write the song

yesterday, today and probably tomorrow
this little one will find it hard to find sorrow
yesterday, today and probably tomorrow

will they be there on tuesday nights
running the bath and turning out the lights?
will they be there on thursday afternoons to welcome you home from euston platform
with heart-shaped balloons? No.

yesterday, today and probably tomorrow

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