segundo dia. dia do j&b met. lembro-me que dormi mesmo bem. acordei cedo porque por alguma razão estranha não acreditam em estores por lá. e também não podia ficar a dormir que além de ser um desperdício, acabava por perder o transporte para a festa. às 11 da manha já estávamos a ir para o circuito. o meu irmão foi o caminho todo a recitar poesia, ao ponto das espanholas conseguirem perceber que ele só estava a dizer merda. eu prestava mais atenção ao que via pelos vidros da carrinha. a viagem ainda durou um bocado que aquilo ainda é grande mas eventualmente lá chegamos ao nosso destino, lá nos deram as cenas vip e entramos. tenho quase a certeza que uma coisa destas nunca mais se repetirá. havia lá bué gente famosa, notava-se pelas câmaras de televisão (tenho a certeza que apareço à emplastro por trás, eu bem tentava fugir de flashes e câmaras, mas por alguma razão estúpida tenho de aparecer sempre à emplastro), notava-se pelos vestidos, assim como se notava que havia muitos ricos, aliás, tava lá um homem que se não fosse rico nunca tinha conseguido entrar, nao vestido daquela maneira, imaginem um tuga de fato de treino fluorescente... era equivalente.
por esta altura já se estarão a perguntar "e gajas? havia?" ... pergunta legítima em portugal, para iniciar uma conversa em que se lamenta a miséria que este país é, mas completamente idiota se for sobre cape town. claro que havia. e havia-as famosas, de lá, eu não conhecia, mas era só somar 2+2. e sim, havia mais gajas do que gajos lá dentro. para dizer a verdade não vi uma gorda, uma feia. até as raparigas que andavam com as bandejas e a trazer bebidas eram impecáveis, mas já falei nisto, a única diferença é que neste dia eram mais. continuando, a quantidade de comida era industrial, havia de tudo para lá, e tudo cenas gourmet para ricos, nada de pregos, cachorros ou bifanas... eu nem sei, só sei que comi que nem um boi. melhor ainda? bar aberto, completamente aberto, era só pedir, o que quer que fosse, eles davam. e foi mais ou menos assim, entre comer e beber e fazer macacadas tipo falar do cristiano ronaldo ou do mourinho que passei, passamos, a tarde. estava ali a viver um dia para nunca mais esquecer, a não ser que venha a ter alzheimer como é óbvio.
lá para as 6 da tarde voltamos ao hotel. para tomar banho e tal. ficou combinado ir para o circuito outra vez às 8 da noite. segundo as informações que o gajo da j&b de portugal nos deu, supostamente iamos ter jantar, e a festa principal ia ser à noite numa bola de cristal gigante perto das montanhas. não foi bem assim. mas lá chegaremos. uma vez no hotel, lá fomos pa piscina, surpresa surpresa, nós eramos os únicos gajos lá, o resto era tudo gajas, 3 ou 4 na água, mais umas tantas nas cadeiras a apanhar sol... juro que senti saudades de casa... juro mesmo.
às 20:00 ainda não tava pronto, tinhamos de nos atrasar e pôr as espanholas à espera, nem podiamos dizer que eramos portugueses se chegassemos sempre a horas, por amor de deus. mas lá descemos, ia de fato, camisa branca e óculos de sol pendurados na camisa, mais ou menos à lincoln burrows disseram. mas em versão de merda acrescento eu. quando chegamos de novo ao circuito (acho que se chamava kenilwooth masnão tenho a certeza) já era quase noite... lusco-fusco vá lá. e já não havia tanta gente lá como de tarde. logo ali percebi que os gajos da j&b portugal não sabiam muito bem o que ia acontecer por lá. mas não pensem que era só gajos e tava uma treta. nada disso. tava só com menos gente. a parte má é que já não havia comida, logo não houve jantar para ninguém. quanto aos bares supostamente já tinha que se pagar... isto porque eles tinham começado a deixar entrar pessoas, suponho que estavam a vender bilhetes. mas arranjaram-nos um cartão pa pedir bebidas, tipo cartão de crédito, e ainda passamos por ricos a dar bebidas a toda a gente. anyway, a noite ia avançando, estava tudo mais calmo, tinha os pés arrebentados por causa dos sapatos de maneira que lá nos sentamos num canto. e foi aí, precisamente aí, que comecei a pensar no quanto ia chorar ao voltar para portugal. porque o que se passou... enfim. as espanholas tavam para lá sentadas também... e elas eram em toda a medida, típicas portuguesas, barriga da praxe, pequeninas, todas produzidas, todas maquilhadas, com uma certa mania que iam comer um cristiano ronaldo, nem todas vá, tenho de ser justo, mas 2 ou 3 eram mesmo as típicas portuguesas, e deu-me um gozo enorme, enorme mesmo, ver que ninguém, nenhum gajo sequer olhou para elas, lhes dirigiu a palavra... nada... tavam com uma cabeça do tamanho do mundo... eu ri-me e senti-me bem, mais em casa do que alguma vez me vou sentir neste país de merda. a cabeça era tão grande que foram embora passado um bocado. pelo contrário, comnosco não foi assim... tavamos muito bem para lá sentados e veio uma das raparigas que tava lá a trabalhar falar comnosco, mas aquilo era uma que dava 15-0 às do sardinha, acredite quem quiser. chamava-se amy, e foi impecável, aliás, se não tem sido ela provavelmente os dias seguintes tinham sido muito diferentes. ela disse-nos o que fazer, aonde ir, quando... enfim, atitude 5* como seria de esperar quando não dás razóes para te traterem doutra forma. acabaram por chama-la para ir trabalhar, e nos lá fomos à nossa vida, vaguear mais um bocado, ter conversas parvas com as pessoas, contar macacadas sobre ter perdido uma fortuna em apostas nos cavalos... enfim macacadas, até me ter cansado e me ter ido sentar num banco num jardim que tava para lá... o meu irmão juntou-se a mim passado um bocado... e agora pasmem-se... a amy apareceu com uma amiga dela (que também dava 15-0 às do sardinha) e apresentou-a e ficaram a falar comnosco. isto diz tudo, tudo. estou aliás convencido que se estivesse habituado a atitudes decentes não tinhamos passado o domingo e a segunda meios perdidos. mas como não estou, não tive lata pa perguntar/pedir certas coisas. mas seguindo em frente, passaram-se uns minutos e veio outra rapariga, chamar pelas outras duas para irem trabalhar. também nos falou. senti uma saudade imensa a apertar-me o coração. saudades de portugal.
a noite ali estava a chegar ao fim. ia haver um after hours, supostamente até às 6 da tarde de domingo. também não foi bem assim. mas antes do fim ainda pusemos os gajos do bar a trabalhar e ainda fizemos umas macacadas com umas pessoas que tavam para lá. beberam à pala do nosso cartão, lá falaram do ronaldo (eu dizia sempre "não gosto desse filho da puta"), daquela vez não disse, disseram primeiro, e não é que conheciam o porto, e que tinha sido campeão europeu em 2004, e o mccharty. e nós, eramos empresários, e tinhamos vindo ver as vinhas (eles tem altas vinhas por lá, daí essa história) e apostar nos cavalos... lol. memorável... para mim pelo menos.
chegava a hora de ir po after hours. tavamos com um gótica que falava 6 línguas, incluindo português... e o meu irmão não sabia disto quando disse "quem é essa gótica gorda" quando a viu... tinha de recitar poesia a toda a hora. anyway, a gótica lá nos chamou e disse que era para ir embora. chegamos à carrinha e deu-me vontade de mijar, como não havia casas de banho perto segundo a gótica, sugeriu que mijasse ali mesmo, e teve piada. 2 gajos de fato (eu e o meu irmao) a mijar num campo lol... passaram umas gajas por trás e disseram "big guys" lol. compreende-se, suponho que não é um costume por lá, não vi niguem a mijar fosse onde fosse enquanto lá estive. a viagem de regresso foi uma palhaçada, só diziamos merda... já não tavamos num bom estado. era só cantar musicas do josé mourinho. se bem me lembro tavamos nós, os romenos/romenas, e as inglesas na carrinha e nós eramos os mais bêbados. de nada. não precisam de agradecer termos representado bem o nosso país. deixaram-nos no hotel para irmos ao quarto das espanholas que elas iam embora no domingo, na verdade só nós é que ficamos 10 dias. a espanhola chefe telefonou, e eu falei com ela mas não sei muito bem o que disse, boa coisa não foi porque só se riam na carrinha, sei que disse que achava que nos estavam a raptar... ahhh, ela queria dar-nos uns brindes. mais garrafas j&b e outras cenas. já estavamos com um arsenal de j&b de meter medo.
despedidas feitas, hora de ir para o after hours. afinal de contas não era numa bola gigante. era numa discoteca em long street... pelo caminho comecei a achar que aquilo não devia tar grande coisa pois eu só via pretos. mas lá nos largaram por lá, nós nem conheciamos aquilo, nem sabiamos muito bem voltar po hotel, mas pronto. tava uma fila monumental para entrar, nós eramos os únicos brancos, graças a deus a cena vip fez-nos passar à frente pela entrada vip. uma vez lá dentro, na área não vip, era so pretos, e uma loira, que de certeza era a menina mais católica de cape town, para estar ali... é que a verdade é que por lá não semisturam, era muito raro ver. mas adiante. entramos na área vip... cenário identico
tava lá uma gaja branca vestida à vip que provavelmente também tinha estado no met. com aquele vestido todo fantasioso só podia. e havia para lá mais uma gaja branca. e nós. o resto tudo pretos. não havia sinal dos romenos nem das romenas, não havia sinal das inglesas... nada de nada. não duramos muito lá dentro. obviamente bazamos. segundo erro. primeiro ter ido po quarto das espanholas, agora este. mas, não podiamos adivinhar. e a cena chunga é que nos substituiram a cena vip de plástico por uma de papel... que obviamente acabou por se desfazer...
nova aventura, encontrar maneira de voltar ao hotel. não sabíamos o caminho. não viamos taxis em lado nenhum. tavamos de fato. dinheiro e maquina no bolso. e à volta, por todo o lado... só só pretos. pensei sinceramente que iamos levar na boca logo ali... mas não, não se passou nada, fomos andando, andando... vimos pretos à porrada a partir garrafas nas cabeças uns dos outros... ainda vieram putas (prostitutas mesmo) a perguntar para onde iamos e tal... e nós "home"... ao fim de uns minutos lá avistamos o hotel e os prédios adjacentes... sobrevivemos... mas aprendemos ali... long street ao fim de semana? má ideia... muito má. eu bem desconfiei que a festa sendo na cidade em si, lá no meio, não ia saír grande coisa... mas também não podia adivinhar, afinal de contas aquilo ainda era da j&b.
chegamos ao hotel, subimos e fomos dormir. com uma fome de cão. mas àquela hora, sem conhecer nada não se podia fazer muito. e tava cansado de mais para ir aonde quer que fosse. no dia seguinte iamos ficar por nossa conta, e tinhamos uma semana inteira:)
não me interpretem mal, estava a ser do outro mundo, mas claramente, faltava qualquer coisa às noites. não podiamos ter adivinhado é certo... mas faz-me sentir mal ter desperdiçado duas noites... se eu soubesse nunca tinha ido com as espanholas nem ao after hours...
segunda-feira, 27 de abril de 2009
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